Caminhando para sua 28ª edição, a Agrishow 2023 deve reunir mais de 800 marcas expositoras, apresentando o que há de mais novo em tecnologia agrícola. Em entrevista exclusiva à Revista Coopercitrus, o presidente da feira, Francisco Matturro, fala com orgulho sobre a trajetória da Agrishow, que ajudou o produtor e a agricultura nacional a crescer, acompanhando de perto as mudanças tecnológicas.
“A Agrishow é organizada por cinco entidades e, desde a primeira edição, em 1994, fazemos um rodízio de presidentes. Fui presidente no biênio 2018/2019 e depois reconduzido para exercer a função no biênio seguinte, mas, em virtude da pandemia, não realizamos a feira e fiquei como presidente nos anos de 2022 e 2023”, conta Matturro.
Nascido em Matão, interior de São Paulo, a história de Matturro está ligada à agricultura. Trabalhou como diretor da Tatu Marchesan por quase 40 anos. Em 2022, assumiu a secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“Cheguei na Secretaria como secretário-executivo junto com o secretário Itamar Borges em junho de 2021. Após sua saída, ocupei o cargo de secretário de Agricultura até 31 de dezembro de 2022”, menciona.
Atualmente, é diretor da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e vice-presidente da Associação Brasileira de Agronegócios e segue firme trabalhando para fomentar a agricultura. “É uma alegria ter a Coopercitrus como um dos grandes expositores da feira, sempre nos prestigiando e nos ajudando muito”, salienta Matturro.
Coopercitrus – Qual sua relação com a Coopercitrus?
Francisco – A minha relação com a cooperativa é muito boa. A Coopercitrus sempre foi uma cliente da Tatu Marchesan, onde trabalhei como diretor por muitos anos. É uma relação muito próxima e agradável com os membros do conselho de administração e com o CEO, Fernando Degobbi. Cumprimento todos os cooperados da Coopercitrus, desta cooperativa que tem suas raízes fincadas no agro desde sempre. Espero que continue trabalhando sempre, porque além de oferecer todos os insumos, máquinas e ferramentas de que os cooperados necessitam, ela ainda oferece assistência técnica e modelo de gestão exemplar no Brasil.
Coopercitrus – Na sua visão, qual é a principal missão da Agrishow?
Francisco – A Agrishow é uma feira de tecnologia e inovação. Esse é o fundamento que norteou sua fundação: desenvolver tecnologia. Juntos, os fabricantes estabeleceram demandas corretas e políticas públicas adequadas aos expositores. Uma delas aconteceu durante a Agrishow, no ano 2000, quando conseguimos que o governo anunciasse o Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras). Esse programa foi concebido dentro da Agrishow por força da classe dos fabricantes e dos expositores. Ao longo desses anos, choramos mágoas, comemoramos e, principalmente, nos unimos para defender as políticas públicas adequadas para o setor. Entendemos que o governo não sabe de tudo e sempre levamos à Brasília e aos governos dos estados as demandas do nosso setor.
Coopercitrus – O senhor é um dos fundadores da Agrishow. Quando a idealizou, qual era sua visão? Ela mudou?
Francisco – Sempre participamos de feiras agropecuárias em todo o Brasil. Elas predominantemente funcionavam à noite e o público que as frequentava ia para ver os shows e aquilo não era o que setor precisava. Nós queríamos uma feira de negócios, inovação e tecnologia. Então, concebemos a Agrishow. O engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, que era secretário de Agricultura de SP à época, nos cedeu a área onde a feira é realizada até hoje. Essa é uma área experimental da Secretaria de Agricultura de SP. Hoje, podemos fazer uma feira de negócios que funciona apenas no dia. Não tem festa, não tem roda gigante, não tem rodeio ou shows, pois a feira é focada no trabalho, onde os produtores trazem suas demandas e seus conhecimentos e os técnicos das fábricas os ouvem. É uma troca de informação e conhecimento surpreendente. O que vem mudando são as tecnologias e nós estamos acompanhando e impulsionando as tendências que surgem no mercado.
Coopercitrus – Quais são as expectativas para a Agrishow 2023? O que o produtor rural vai encontrar de melhor na feira?
Francisco – Teremos uma super safra este ano. Estamos falando em 317 milhões de toneladas de cereais, fora as outras produções agropecuárias. A feira tem expectativa altamente positiva e deve esperar novidades em ciência e tecnologia. Lá, estarão os pesquisadores da Embrapa e dos institutos agronômicos de São Paulo e o Centro de excelência em cana-de-açúcar. Todos os pesquisadores estarão ensinando, mostrando e recebendo informações.
Coopercitrus – Na sua visão, como as cooperativas contribuem com o desenvolvimento do setor agropecuário?
Francisco – A Coopercitrus tem trabalhado na vanguarda do conhecimento, levando às pequenas e médias propriedades o melhor de tecnologia no mundo. A melhor tecnologia acessível. Além disso, ministra cursos de operação, orientação e está trabalhando com pulverização com drone, comercializando ou prestando serviços de drones. Isso para o produtor é algo fantástico, mais a assistência técnica dos engenheiros agrônomos. A Coopercitrus sempre trabalhou na vanguarda da tecnologia e do conhecimento. Este ano, ela novamente nos surpreenderá.
Coopercitrus – A Coopercitrus tem uma atuação muito forte em desembarcar a inovação no campo e levar novas tecnologias para os cooperados?
Francisco – A Coopercitrus transforma o pequeno produtor em grande. Quando une todos os cooperados se torna um gigante para a aquisição de insumos e desenvolvimento de novas tecnologias. A pequena propriedade tem as mesmas condições de uma grande, porque a cooperativa proporciona isso. É um trabalho fantástico em que, um dia, alguém inventou o cooperativismo e a Coopercitrus é o melhor espelho do sistema cooperativista.