O professor Benjamin Osório Filho, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, dá alguns detalhes.
“No norte do estado temos grandes produtividades devido à irrigação, às sementes selecionadas e a um rigoroso controle de pragas. Mas essa não é a realidade de todos os agricultores, somente das grandes fazendas que têm acesso à tecnologia”, diz. O Cerrado e as regiões da Amazônia, por sua vez, apresentam o maior potencial de crescimento, além de possibilitar uma colheita anual dupla, por conta do regime de chuvas.
O trabalho do professor Fabio Marin explora três cenários diferentes em relação ao cultivo de soja e milho durante um período de 15 anos. Este tempo é “longo o suficiente para facilitar a implementação de políticas, investimentos e tecnologias de longo prazo para fechar as lacunas de rendimento, e curto o suficiente para minimizar os efeitos de longo prazo das mudanças climáticas”, afirma o artigo em questão.
Resultados
Os resultados obtidos nas três situações para a Amazônia são:
A intensificação agrícola, do ponto de vista teórico, é capaz de aumentar a produtividade de forma significativa sem que seja necessário o aumento do desmatamento. Para Osório Filho, entretanto, alguns pontos do modelo matemático talvez tenham que ser revistos.
Por exemplo, a produtividade já é afetada pelas mudanças climáticas, como ele ressalta sobre a região Sul: “Em ano de La Niña, como este último ano, a seca foi intensa. A produtividade das áreas não irrigadas caiu e os reservatórios de água disponíveis para a irrigação baixaram. Sem água, a produtividade cai. Já estamos vivendo a realidade das mudanças climáticas.”
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