Recuperação de pastagens para a soja pode impulsionar mercado de carbono, diz estudo
O setor agrícola oferece uma das maiores oportunidades para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio de combinação de fatores que incluem deter o desmatamento, restaurar a vegetação nativa e implementar práticas de agricultura regenerativa. Essa é conclusão do estudo “Opções para alavancar o financiamento para a produção de soja […]
O setor agrícola oferece uma das maiores oportunidades para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio de combinação de fatores que incluem deter o desmatamento, restaurar a vegetação nativa e implementar práticas de agricultura regenerativa. Essa é conclusão do estudo “Opções para alavancar o financiamento para a produção de soja e carne bovina sem desmatamento via carbono na Amazônia e no Cerrado”, conduzido pela The Nature Conservancy (TNC) Brasil.
A pesquisa avaliou as diferentes estratégias de agricultura sustentável, os benefícios do carbono e os mecanismos de monetização de carbono para identificar quais as opções mais promissoras para Amazônia e Cerrado.
“Em termos de benefícios, evitar o desmatamento se mostrou o meio mais custo-efetivo para reduzir as emissões em larga escala. Não apenas pelo grande potencial por hectare, mas também pela existência de metodologias e viabilidade técnica de implementação. Já a restauração da vegetação nativa tem um alto potencial de mitigação e a recuperação de pastagens para soja e sistemas integrados lavoura-pecuária geram benefícios tangíveis de carbono no solo e têm potencial de escala”, explica a especialista para Financiamento em Agricultura e Carbono da entidade, Fernanda Rocha.
Segundo ela, as estratégias de incremento de carbono no solo, por meio de melhores práticas agrícolas, devem ser potencializadas, mas é importante associá-las ao componente florestal para uma melhor viabilidade na monetização do carbono.
Acelerar o investimento
O estudo traz recomendações de esforços para acelerar o investimento e a implementação de estratégias para uma agricultura regenerativa com benefícios climáticos:
Maior foco deve ser colocado em iniciativas agrícolas, dentro de programas climáticos jurisdicionais e nacionais, para apoiar e recompensar projetos que encorajem a conversão evitada de vegetação natural, incluindo expansão da agricultura regenerativa em pastagens e intensificação sustentável da pecuária.
Maior esforço deve ser investido para criar projetos de carbono agrupados para incentivar os agricultores a não expandir a produção sobre áreas de vegetação nativa
Empresas e agricultores podem continuar a medir e monetizar os benefícios de carbono do solo, mas devem considerar incluir em seus programas medidas para evitar o desmatamento e restaurar a vegetação nativa para aumentar o impacto do carbono e a relação custo-benefício da monetização dos benefícios. Ainda existem desafios metodológicos e de monitoramento do carbono no solo que deverão ser superados nos próximos anos.
A restauração da vegetação nativa deve ser expandida e, para torná-la mais atrativa economicamente, o investimento inicial necessário pode ser suportado pela integração da restauração em programas com forte economia subjacente, como sistemas agrossilvipastoris e intensificação sustentável da pecuária. A restauração é muitas vezes necessária para que os agricultores desses programas cumpram o Código Florestal.
Expansão agrícola na soja
É necessário esclarecer pontos positivos e negativos das opções de monetização, como compensações via mercado voluntário de carbono, programas de redução de emissões Escopo 3 (emissão indiretas que ocorrem na cadeia de valor das empresas) e abordagens jurisdicionais, ao associá-las às estratégias de conservação.
O estudo também constata que, ao direcionar a expansão agrícola para áreas já abertas, promover a intensificação sustentável da pecuária, atuar para a proteção e restauração da vegetação nativa, a monetização do carbono é uma oportunidade de alavancagem de recursos para fortalecimento da produção de soja e carne livre de desmatamento.
Simone Passanezi de Almeida
simone.passanezi@coopercitrus.com.br
Encarregado pelo tratamento de dados da COOPERCITRUS e empresas ligadas privacidade@coopercitrus.com.br
O site da Coopercitrus usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
Deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências para as configurações de cookies.
Se desativar essa opção, não poderemos guardar as suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.
Cookies de Terceiros
Este site usa o Google Analytics para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter esse cookie ativado nos ajuda a melhorar nosso site.
Please enable Strictly Necessary Cookies first so that we can save your preferences!
Política de Cookies
Utilizamos cookies para lhe proporcionar a melhor experiência no nosso site.
Saiba mais sobre quais cookies estamos usando em POLÍTICA DE PRIVACIDADE E COOKIES.